ACESSOS

GEODEBATE

GEODEBATE

terça-feira, 10 de maio de 2011

Divisão do Pará: múltiplas visões e divisões.

  
     A sina do Estado do Pará é a divisão? Pois desde a colonização do Brasil o Estado vem se (re)dividindo, desde a grandiosa província do Grão-Pará e Maranhão, até o Estado atual do Pará, o segundo maior da federação brasileira. Mais uma vez, o discurso da divisão ganha destaque com aprovação pela câmara dos deputados, dia 5 de maio, em Brasília. A sociedade paraense e brasileira discute esse processo de divisão, que em breve realizará um plebiscito para decidir se o Estado será fatiado em três partes. Porém, é necessário esclarecer a população local e nacional dos interesses que estão por trás dessa fragmentação, das possíveis vantagens e desvantagens, e principalmente, das garantias do possível sucesso desses novos Estados.
    O Estado do Pará já representou toda a Amazônia, e esteve ligado direto a Portugal, era como se fosse uma área autônoma. O marquês de Pombal tinha o interesse de fazer de Belém a capital do país, investindo para isso no embelezamento da cidade. Porém, isso não se concretizou, o que se viu foi uma série de divisões, Maranhão, Amazonas e Amapá, este último, em 1944, com a criação do Território Federal. Agora, mais uma vez, ele será dividido?
    Os projetos atuais de (re)divisão são de criação dos Estados de Carajás e do Tapajós, de autoria do ex-senador Leomar Quintanilha, do PMDB do Tocantins, e Mozarildo Cavalcanti, do PTB de Roraima, respectivamente. Os deputados separatistas do Oeste e Sudeste paraense não quiseram se comprometer com os votos dos paraenses contrários a divisão, e durante as suas campanhas esqueceram o assunto. A aprovação quinta-feira passada foi no apagar das luzes, uma manobra, pois a maioria dos deputados não estava, e votaram pelo voto partidário ou simbólico, o que, praticamente, inviabilizou o debate, foi um grande “acordão”, do tipo “uma mão lava a outra”.
   
    O Estado do Pará está localizado na Amazônia Oriental, fazendo fronteira com os Estados do Maranhão, Tocantins, a oeste, Mato Grosso, ao sul, Amazonas e Roraima, a leste e Amapá, Guiana e Suriname, ao norte. O Estado Abrange 06 mesorregiões: Metropolitana de Belém, Nordeste, Sudeste, Sudoeste, Baixo Amazonas e Marajó, 22 microrregiões e 144 municípios, sua capital é Belém. O Pará é o segundo maior Estado do país, totalizando 14,66 % do território nacional, com uma área 1.284.000 Km2. Apresenta um perfil exportador, “vocação” imposta pelo planejamento do governo Federal, assumindo o papel de periferia na divisão regional e internacional do trabalho. Estado mais populoso da região, com mais de 7.431.020 habitantes, apresenta, porém, um baixo povoamento (4,16 Hab./Km2). Com a divisão, sobraria para o Estado 17% do território atual, sua população cairia para, aproximadamente, 4,6 milhões de habitantes.
    O Estado de Carajás iria abranger 25% do território atual do Pará, contando com 39 municípios, sua capital seria Marabá. A região do Sudeste Paraense é rica em minérios, destaque para a Serra de Carajás, além da Hidrelétrica de Tucuruí, 60% do rebanho bovino do Estado, dois pólos de soja. Contando com uma população de 1,7 milhão de habitantes, sendo, aproximadamente, 300 mil paraenses. Pesquisa realizada pela UFPA afirma que 60% da população apóiam a divisão.

O Estado de Carajás

    Já o Tapajós contaria com 25 municípios, 58% do território paraense, sua capital seria Santarém. As regiões do sudoeste Paraense e Baixo Amazonas são ricas em bauxita, caulim e agropecuária, com destaque para a soja, destaque, também, para possível Hidrelétrica de Belo Monte. Conta com uma população de 1,4 milhão de habitantes. 90% da população da região é a favor da criação do novo Estado, diz o estudo da UFPA.

    Ainda existe o interesse para a criação do Estado do Xingu, com capital em Altamira, e o território Federal do Marajó, com capital em Soure. No entanto, os dois primeiros estão mais avançados, futuramente, poderá haver um “efeito dominó” no Brasil.
    Os separatistas alegam que o Estado é grande demais, pois essas regiões ficam mais 1.200 km de distância, de difícil acesso, com estradas não asfaltadas, como também, a falta de infra-estrutura, escolas, universidades, hospitais, entre outras. Alegam que os investimentos estão concentrados na região Metropolitana e no Nordeste Paraense, que a elite política que governa o Estado é dessas regiões. Bem como, certa discriminação com a população dessas regiões, pois não são, em sua maioria, paraenses. Essas regiões sofrem com as enchentes do Tapajós e do Tocantins, possuem uma identidade própria, diferente da paraense. Que os novos Estados teriam como se manterem, e até mesmo pagariam uma indenização ao Estado-mãe, no caso, o Pará.
    Na verdade o que está em jogo são as riquezas dessas regiões, sobretudo os “royalties” dos grandes empreendimentos de mineração, dos cargos do executivo (governador), legislativo (deputados federais e estaduais) e judiciário (juízes, desembarcadores, etc.). Investimentos no valor de 2 bilhões de dólares com infra-estrutura dos novos Estados, além do fortalecimentos das elites locais. Segundo dados econômicos dos municípios, segundo o IBGE, o município de Marabá é um dos que mais crescem economicamente no Brasil, sendo um grande centro regional, Parauapebas possui uma renda per capita equivalente a do Rio de janeiro, recebendo mais de 140 milhões por ano de “royalties” da VALE, segundo o presidente Roger Agnelli.
    Com relação a distância, para os governantes e as elites do Estado, que usam seus jatos particulares, o tempo cai para 50 minutos. Já com o tamanho do Pará, vejamos Estados menores, como: Sergipe e alagoas deveriam ser os mais ricos da Federação. Dados do IPEA - Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, feitos por Rogério Boueri, afirmam que Tapajós e Carajás seriam Estados inviáveis, pelo que demonstram cálculos econônimos. Segundo Boueri, caso cheguem a ser criados, os estados de Carajás e Tapajós dependerão de ajuda federal para arcar com as novas estruturas de administração pública que precisarão ser instaladas. O economista fez cálculos, considerando os dados mais recentes disponíveis, referentes a 2008. Segundo concluiu Boueri, Tapajós e Carajás teriam, respectivamente, um custo de manutenção de R$ 2,2 bilhões e R$ 2,9 bilhões ao ano. Para o pesquisador do Ipea, diante da arrecadação projetada para os dois estados, os custos resultariam num déficit de R$ 2,16 bilhões, somando ambos, a ser coberto pelo governo federal.
     Mas é fato que o modelo de gestão do Estado precisa ser discutido, tanto em nível federal, estadual e municipal, e, também, as desigualdades regionais que existem, pois o Estado é campeão no trabalho escravo, prostituição, desmatamento, doenças, e mesmo os investimentos do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, que não atingem na mesma proporção a região Norte. Outro, quem garante que dividir é a melhor solução, quem se responsabiliza? Os valores que serão gastos podem ser investidos na mesma região, sem onerar a União e a sociedade paraense.



18 comentários:

  1. Pará não pode ser dividido !
    Querems nosso Pará completo!


    Professor, adorei !

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  3. ACHEI BEM LEGAL ,MAIS NAO CONCORDO COM ISSO por o para deve deve ser com esta agora bem grande nao 17% .

    ResponderExcluir
  4. Não podem dividir o Pará ! querem tirar toda a nossa riqueza, que elas ficar aonde eles querem dividir, por isso não acho certo dividir o Estado do pará.
    E também o Pará vai ficar muito pequeno, não acho certo isso. Os outros vão ficar com toda a nossa riqueza...
    Bom é isso que eu acho !

    - Matheus Aquino - Armando Fajardo - 8º Serie .

    ResponderExcluir
  5. achamos isso uma injustiça com o nosso estado porque não e justo separar o nosso estado só para ficar com a nossas riquezas ate quando isso vai continua?
    ALUNOS:FRANCISCO GEAN LAURA MARCELA PAULA GISELLE

    ResponderExcluir
  6. Eu achei uma injustiça a divisão do nosso estado e a forma que foi , os outro estados
    vão rouba nossas riquezas.
    Aluno:Lucas Mateus Chaves moraes

    ResponderExcluir
  7. O nosso estado ja representou toda a amazonia,apesar de desde a vem se dividindo.apesar tambem a sociedade e paraense brasileira estão discutindo pra decidir se o parà será dividido em 3 partes..

    ResponderExcluir
  8. Não concordo pois o para ficou muito pequeno ..

    - Laryssa Dos Anjos - Armando Fajardo - 8º Serie

    ResponderExcluir
  9. o estado do pará e muito grande e tem muitas riquezas naturais como;a amazonia etc... o pará não é bom ser dividido,porque a amazonia vai diminuir ou acabar. aluno;pedro de souza. turno;tarde. escola;armando fajardo.

    ResponderExcluir
  10. a sociedade paraense esta discutindo um processo de divisao e em belem realizara´ um plibiscito.e necessario esclarecer a populaçao logal e nacional dos interesses .atras disso fragmentaçao e principalmente do possivel sucessos desses novos estados .a marques de pombal tinha o interesse de fazer de belem´uma capital porem isso nao se concretizou foi uma serie d divisao ;,maranhao ,amazonas e amapa em 1944 foi a ;criaçao do territorio federal que sera dividido .ja o tapajos contrario com 25 municipios 587 do territorio paraense ,ainda existe o interesse para a criaçao do estado de xingu ;aluna franciane pereira maciel;dhejnife bruna moura ;marcela rodrigues turno,tarde ;escola amando fajardo; 8serie

    ResponderExcluir
  11. OI PROFESSOR ORLANDO,AMEI O BLOG, PARABÉNS.
    RAFAELLA RODRIGUES(SUCESSO).

    ResponderExcluir
  12. Tapajós e Carajás vão levar grandes riquezas e a divisão aumenta as despesas e novos estados empobrecem. Desemprego, uma das principais consequências da crise econômica será aumentado. Por isso digo não à essa divisão.
    William Rodrigues - São Caetano de Odivelas - PA

    ResponderExcluir
  13. Devemos votar NÂO à divisão do Pará, porque o nosso Estado é muito rico em potencial para se desenvolver muito mais. Se o Sim ganhar, o Pará vai ser substituído por 3 estados pobres. Então vamos votar Não, não, não....

    ResponderExcluir
  14. Acredito que as regiões de Carajás e Tapajós vão perder investimentos sociais. O dinheiro que hoje é destinado à saúde, educação, segurança e infra-estrutura será usado para custear a máquina administrativa. Então pensem antes de votarem, pois é a vida de todo o povo paraense que está em jogo.

    ResponderExcluir
  15. Analisando as pesquisas que saíram recentemente, pude constatar que a maioria da população paraense está dizendo NÂO, e espero que continue assim, porque para mim, essa ideia de divisão, é mais uma jogada de uma elite que nem paraenses são. Pense bem.

    ResponderExcluir
  16. Eu sou contra a divisão do Para, por hoje não termos uma boa qualidade de vida, se o Pará for dividido, com certeza vai ficar pior.Se cada um de nós paraenses pensarmos e tivermos consciência nas consequências que há de vir, o nosso voto será NÂO. Pense nisso e diga não à divisão do Pará.

    ResponderExcluir
  17. Sou totalmente contra a divisão do Pará para criar esses 2 estados! Vão roubar toda a nossa riqueza, quero o Pará do jeito que está.

    ResponderExcluir