ACESSOS

GEODEBATE

GEODEBATE

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Belo Monte: energia sim, mas barata, limpa e segura.

O projeto Belo Monte, localizado no Pará, município de Altamira, no Rio Xingu.
   
    O debate sobre a construção da principal obra do PAC 1 – Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal na Amazônia ganha destaque na Câmara dos Deputados. A Usina Hidrelétrica de Belo Monte há mais de 30 anos vem sendo questionada, começou com um projeto de complexo de vinte hidrelétricas no rio Xingu, caiu para cinco, e atualmente, luta para ser uma. O histórico desses empreendimentos na região, os possíveis impactos socioambientais, a questão do EIA-RIMA colocam em cheque esse empreendimento. Porém, sabemos que critérios técnicos socioambientais não estão sendo muito respeitados em Brasília, caso do novo código florestal.
    O projeto Belo Monte é muito antigo na região, data do regime militar, e hoje, mais do que nunca, ganha destaque no país, devido o crescimento econômico e populacional. A Usina Hidrelétrica que o governo brasileiro quer construir no rio Xingu, na chamada volta grande, no município de Altamira, e impactará outros na região, como: Senador José Porfírio, Vitória do Xingu, Brasil Novo e Anapu. O projeto busca gerar, inicialmente 11 mil MW de potência, e seria a segunda maior usina hidrelétrica brasileira e a terceira do mundo, atrás de Três Gargantas na China e Itaipu Binacional (Brasil/Paraguai). A obra está orçada em 30 bilhões de reais, mas como sabemos no Brasil, empresa e governo não respeitam prazos e orçamentos, vide Copa 2014, ou será 2038?
    O histórico das hidrelétricas na Amazônia é o pior possível, alagamento de milhares de kilometros de floresta, destruição da biodiversidade, migração compulsória, proliferação de fauna indesejada, devido à quebra da cadeia trófica, proliferando doenças, como a malária, esquistossomose, dengue e febre amarela, emissão de gases estufas, como o gás carbônico e o metano, devido decomposição da floresta inundada, alteração no regime hidráulico do rio, através da diminuição da vazão no baixo curso da barragem, afetando a piracema (reprodução dos peixes), a pesca dos ribeirinhos, a navegação, a biota, entre vários. As hidrelétricas de Tucuruí, no rio Tocantins, e Balbina, no Rio Uatumã, nas proximidades de Manaus, são maus exemplos desses empreendimentos na Amazônia, não trouxeram progresso social e equilíbrio ambiental.
     Esses projetos energéticos estão voltados para produção industrial, só Tucuruí, no início, não conseguia fornecer energia para o complexo Albrás/Alunorte em Barcarena. Existiam municípios que o linhão da Eletronorte passava por cima e o município no escuro, ou dependendo de termoelétricas ou de motor a diesel. A energia da Eletronorte responsável por Tucuruí é vendida para a Rede Celpa, que revende a energia 6 vezes, aproximadamente, mais cara para a população do Pará, fora 40% de ICMS. E as multinacionais, como a Vale, possuem incentivos de 50% na sua conta. Belo Monte visa fornecer energia para o Centro-Sul, evitando, o possível, apagão, além, depois de muita pressão, a duas siderúrgicas no Pará, em Juruti e Marabá.

Volta Grande do rio Xingu, impactos ambientais do Projeto.

    A questão ambiental de Belo Monte está no Eia - Rima – Estudo dos Impactos Ambientais e Relatório dos Impactos Ambientais, questionado por ambientalistas, organizações não governamentais, procuradoria da república, OAB, OEA, políticos, atores, etc. As questões levantadas são: o tecnicismo do relatório, quase incompreensível, o plano de ação com a migração para a região, as compensações socioambientais. Pois Altamira, que tem uma população de 80 mil habitantes, com a obra, aumentaria para 180 mil, o alagamento de 640 km2 de floresta, desvio do rio, diminuição da vazão, diminuindo a quantidade de peixe e a navegabilidade do Xingu, na Volta Grande, atingindo povos ribeirinhos e indígenas, como os Paquiçamba, além dos Caiapós, Jurunas, Xicrin, Arara, entre outros povos.
    Economicamente, segundo alguns técnicos, o projeto não seria viável, pois a estiagem do rio Xingu, reduziria a capacidade média de geração de energia, em, apenas, 39% do total de sua capacidade. O projeto é financiado pelo Estado, através do BNDES, o consórcio Norte Energia, liderado pela CHESF – Central Hidrelétrica do São Francisco, será o responsável pelo projeto, as principais empreiteiras, Odebrecht e Camargo Corrêa, saíram do Leilão, não acreditando na sua viabilidade econômica.
Município de Altamira, já está sendo transformado antes da construção da Hidrelétrica.

Rio Tocantins, antes da barragem de Tucuruí (1984), foto Satélite Landsat

Rio Tocantins, depois da barragem de Tucuruí (1992), foto Satélite Landsat



Shuazeneger e o diretor de Avatar, James Cameron, vieram a Altamira protestar.

Capa da revista Manchete, de 11/03/1989.
I Encontro dos Povos Indígenas do Xingu / Altamira-Pará.
A índia Tuíra questiona a construção da barragem de Belo Monte.

     Não podemos ir contra o desenvolvimento, a geração de energia, ao progresso, evoluímos político- intelectualmente, possuímos consciência de que a qualquer custo, os danos podem ser irreparáveis, precisamos sim, dialogar com as comunidades, avaliar e reavaliar os impactos, entender os objetivos desse projeto, e principalmente seus danos e compensações, para sim, podermos julgá-lo de forma clara, transparente, e sustentável, pois sabemos que existem outras formas de se gerar energia barata, limpa e segura. Passaram 30 anos, e parece que o governo e alguns empresários não aprenderam...
  
Protesto indígena em Brasília.

Para saber mais sobre o Projeto Belo Monte:



5 comentários:

  1. Professor. O artigo em toda extensão está perfeito, Belo Monte é um mal extremamente desnecessário, o Brasil não precisa de tanta energia, e mesmo que precisasse não podemos perder aos poucos o que nosso país tem de mais precioso. "Estamos colocando a amozônia no fundo do rio" em troca de do lucro e da exploração, cedendo facilmente a amazônia a estrangeiros que pouco se importam se estamos vivos, mortos, bem ou mal, So querem sugar o que temos de mais valioso.

    ResponderExcluir
  2. Achei muito interessante o artigo. Gostaria de saber como conseguiu a imagem do Rio Tocantins, antes da barragem de Tucuruí. Grata.

    ResponderExcluir
  3. amazonia viva e amazonia desenvolvida e definitivamente ocupada pelos brasileiros e nao por ongs estrangeiras( americanas,francesas,inglesas,alemaes e japonesas)

    ResponderExcluir
  4. professor eu sou a favor da defesa do meio ambiente e nunca vi tanto desenvolvimento em nosso brasil quanto as usinas hidreletricas pois somos um pais riquissimo em energia mas nao temos essa real assistencia em desfrutarmos desta riqueza a qual possuirmos primeiro pagamos milhoes e milhoes para adquirirmos essas riquezas segundo depois de pronta pra desfrutarmos de uma boa qualidade de energia eletrica a um custo mais baixo os nossos gorvernantes pegam essas usinas e vendem para outros paises por trilhoes e nos ficamos com todo trabalho perdido e dai hoje estamos sendo e seremos sempre sugados e maltratados e ate explorados por essas companhia que as compram porque estamos perdendo muitos investimentos em nosso pais por causa de muitos apagoes existentes nas husinas hidrltricas eses boboes que nao sabem dar valor nas riquezas de nosso amado brasil somos os donos das riquezas exitente mas so desfrutamos os subeijos ou melhor dizendo os restos das más qualidades de energia que eles nos oferece ............. professor eu nao sou a favor da contruçao dessa barragem de belo monte temos outros meios de obtermos energias heletricas de altissima qualidade sem prejudicar a natureza e os nossos queridos brasileiros................. ontem mesmo passou aqui no jornal do para as grandes ameaças da usina hidreletrica de tucuri que esta ameaçando a qualquer momento estourar pois suas compostas ja foram todas abertas e nao esta conseguindo expor as suas agua ameaçando rachaduras em suas extruturas veja ai quantas vidas ela prejudicou em sua contruçao e agora se isso mesmo for verdade e se deus nosso pai do ceu nao colocar suas maos sobre ela veja professor quantas vidas vao se acabar de tucuri a maraba e mais cidades, eu mesmo serei um moro em maraba proximo ao rio tocantis a 700mts........ olha professor os estados unidos, o canada e outros paise desenvolvidos possuem suas energias eletricas nucleares e porque nosso pais tambem nao luta para ter elas tambemmmmmmmmm....... obrigado professor sao essa é a minha razao de dar essa opiniao brasil simmmmmmmmmmmmmmm sugado e viver de subeijos e restos naooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo.................. belo monte, altamira e regiões simmmmmmm husina hidreletrica naoooooooooooooooooooo.....................

    ResponderExcluir
  5. cara, olha o TAAAAAAAAAANTO de UH que tem em Minas?????
    nao tem logica isso...
    e a gente ainda paga a energia mais CARA do pais.
    os Municipios tinham era que receber Royaltes sobre a concessao dessas Usinas..
    afinal o impacto ambiental é bem grande viu? da pra sentir nesse clima maluco que a cada dia ta mais estranho...
    Aqui em Uberlândia, alem das Capim Branco, Miranda e Nova Ponte que sao aqui (do lado) a CEMIG ja ta com planos pra mais duas no Rio Uberabinha, ou seja, A CIDADE VAI VIRAR UMA ILHA!! haihaiahaiha parece ate piada...

    ResponderExcluir