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quinta-feira, 5 de abril de 2012

A crise da Zona do Euro.

                     Fonte: Jornal Mundo: Geografia e Política Internacional. São Paulo: Pangea, 2012. P. 7.

1.1.   Entendendo a Integração Econômica e Monetária (Euro).

                Em 7 de Fevereiro de 1992, os doze países integrantes da Comunidade Econômica Europeia (CEE) assinaram o trado da União Europeia (UE), na cidade holandesa de Maastricht, lançando as bases para o que hoje conhecemos como Zona do Euro, composta por 17 países (Alemanha, França, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Itália, Irlanda, Grécia, Portugal, Espanha, Áustria, Finlândia,  Eslovênia, Chipre, Malta, Eslováquia e Estônia) dos 27 que fazem parte do bloco europeu (veja o mapa). A mudança no nome de “Comunidade” para “União”, mais do que uma mera vontade dos membros da comunidade, representava um avanço concreto no sentindo de consolidar a organização, ao estabelecer como meta a criação de três pilares básicos: moeda única, mercado e política externa e defesa comuns, além de cooperação policial e judiciária em matéria penal. O tratado foi assinado, mas nem tudo foram flores. Os britânicos, por exemplo, impuseram uma cláusula que lhes conferia o direito de permanecer fora da União Econômica e Monetária.

1.2.   As razões para a crise da Zona do Euro.

                  A não adesão do euro pela Grã-Bretanha se justifica pelo projeto alemão para a zona do euro, pois o nivelamento da moeda seria por alto, a partir do marco alemão, que tornaria os produtos alemães mais competitivos, enquanto dos outros países do bloco mais caro, em troca os alemães iriam investir e liberalizar créditos para estimular o crescimento econômico dos países. Porém, sem controle dos gastos, muitos países não conseguiram crescer, mas pelo contrário se atolaram em dívidas. Foi o caso dos países do PIIGS (Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha – Spain em inglês). Além de possuírem elevada dívida/PIB, estes países possuem pesados déficits orçamentários ante o tamanho de suas economias. Como não possuem sobras de recursos (superávit), entraram no radar da desconfiança dos investidores. Para este ano, as projeções da Economist Intellingence Unit apontam déficits/PIB de 8,5% para Portugal, 19,4% para a Irlanda, 5,3% para Itália, 9,4% para Grécia e 11,5% para a Espanha. 
                     O epicentro dessa crise é a Grécia, que ao entrar na Zona do Euro em 2001, maquiou dados para entrar na integração econômica e monetária. Em fevereiro de 2010, uma reportagem do The New York Times revelou que a Grécia teria fechado acordos com o banco Goldman Sachs com o objetivo de esconder parte de sua dívida pública. A notícia levou a Comissão Europeia a investigar o assunto e desencadeou uma onda de desconfiança nos mercados. O clima de pessimismo foi agravado em abril pelo rebaixamento, por parte das agências de classificação de risco, das notas dos títulos soberanos de Grécia, Espanha e Portugal.

Protestos em Atenas, a população padece pelos erros dos políticos corruptos e incompetentes.
Fonte: Renee Maltezou e George George Georgiopoulos, da Reuters.

1.3 As consequências da crise da Zona do Euro.


a)    Desvalorização do Euro: a possibilidade de que governos e empresas da região tornam-se insolventes faz com boa parte dos investidores simplesmente não queira ficar exposta ao risco de ações e títulos europeus. Na primeira metade do ano, o que se viu foi um movimento de venda destes papéis e fuga para ativos considerados seguros, como os títulos americanos. Esse movimento, de procura por dólares e abandono do euro, fez com que a cotação da moeda europeia atingisse valores historicamente baixos. As moedas também refletem o vigor das economias. Sendo assim, argumentam os analistas, a tendência de longo prazo é de fortalecimento do dólar e das moedas dos países emergentes, enquanto a Europa não conseguir resolver seus problemas fiscais e criara condições para um crescimento econômico mais acentuado.
b)   Fuga de Capitais: a desconfiança em relação à Europa pode disseminar pânico no mercado e fazer com que os bancos fiquem excessivamente cautelosos ou até parem de liberar crédito para empresas e clientes. Os investidores, ao venderem ações e títulos europeus, provocam fuga de capitais da região.
c)    Queda no padrão de vida da população: sem poder provocar uma maxidesvalorização do euro, haja vista que isso prejudicaria aqueles países que têm as contas controladas, a opção é impor sacrifícios à população, como corte de salários e congelamento de benefícios sociais.
d)   Crescimento econômico baixo: tudo isso implica menos dinheiro para fazer a economia girar – justo num momento em que a zona do euro precisa crescer e aumentar sua arrecadação para diminuir o endividamento. O risco é a criação de um círculo vicioso, em que uma estagnação ou, até mesmo, uma recessão, prejudique os esforços de ajuste fiscal – o que levaria a medidas de austeridade ainda severas, mais recessão, e assim por diante. Num segundo momento, a Europa, como um dos mercados consumidores do mundo, diminuiria o ritmo de importação de bens e serviços e prejudicaria a dinâmica econômica global.


1.4. O que a Europa tem feito?

     Dois pacotes de socorro foram aprovados com intuito de ganhar tempo para a tarefa de reorganizar as contas dos países mais endividados e restabelecer a confiança dos investidores na região. O primeiro voltava-se exclusivamente à Grécia e somou cerca de 110 bilhões de euros. O montante, levantado pelo Fundo Monetário Internacional (€ 30 bilhões) e pelos governos dos países da zona do euro (€ 80 bilhões), deve ser liberado de forma progressiva num prazo de três anos. O segundo foi a constituição de um fundo emergencial de 750 bilhões de euros para situações de crise na União Europeia. Qualquer país da região estaria apto a recorrer a ele. A maior parte, € 500 bilhões, virá de países europeus e o restante, € 250 bilhões, do FMI.  

Caiu no Vestibular!

01. (CESUPA 2012) Com a globalização  sendo a ordem do dia, especialmente no que tange à economia internacional, é compreensível que as crises econômico-financeiras  dos últimos anos tenham ocorrido nas mais diversas regiões do planeta, e do mesmo modo que se originam em diversas regiões, estas também atingirão economias nas mais diversas latitudes, fenômeno que não ocorria antes do referido processo.
         http://www.infoescola.com/economia/crises-econo-mico-financeiras-de-1991-a2011/acessado em 04/10/2011
    No contexto da citação acima, é verdadeiro afirmar que
A) algumas regiões do mundo estão isentas dessas crises; é o caso da América Saxônica, onde se localizam as mais importantes potências capitalistas do mundo, Estados Unidos e Canadá. Esta isenção está relacionada à significativa valorização do dólar, moeda oficial destes países, no atual contexto econômico mundial.
B) a Europa, sempre lembrada como uma região de altíssimo desenvolvimento econômico e bem-estar social, agora tem sua imagem associada a turbulências de mercado. Descontrole das contas públicas e as particularidades políticas do continente conduziram a zona do euro, principalmente países como a Grécia, Espanha e Itália, a uma grave crise financeira.
C) a China, país capitalista considerado a economia que mais cresce no mundo, está imune às recentes turbulências financeiras, fato associado à abundância de recursos naturais que lhe proporciona autonomia no abastecimento de matéria prima para suas indústrias.
D) a atual crise econômica europeia ultrapassou os limites da Zona do Euro, atingindo fortemente países que não adotam a moeda oficial da União europeia, a exemplo da Inglaterra, Portugal e Irlanda, países da Europa Mediterrânea.

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