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sexta-feira, 15 de julho de 2011

Guerra e Paz no Oriente Médio: o conflito árabe-Israelense


    Mapa da região mais cobiçada do planeta, o Oriente Médio.

            Na televisão, jornais, rádios e internet se têm diversas informações sobre os conflitos no Oriente Médio, principalmente, quando as mesmas afetam a nossa vida, através do aumento dos combustíveis, ou com a migração histórica de libaneses, judeus, muçulmanos para o Brasil, tornando, ainda mais, rica a nossa cultura. Mas, quais as razões para tantos conflitos no Oriente Médio? Primeiramente, gostaria de frisar que todo conflito é por território, ou seja, pela soberania sobre uma dada parte da superfície terrestre, e que os conflitos geopolíticos (entre Estados) e étnicos (entre povos) são divergências de interesses, que podem ser econômica, política, social, religiosa, entre outras.
Mapa da Palestina, disputada pelos principais impérios da humanidade, e, hoje, por judeus e palestinos.

         Conflito árabe-israelense, guerras no Líbano, invasão e ocupação do Iraque, guerra no Afeganistão, a luta por um Estado curdo, a ameaça nuclear Iraniana, e a expansão do fundamentalismo islâmico, a luta pela liberdade e o fim das falsas democracias (Egito e Líbia) tornam a região um barril de pólvora, a qualquer faísca preste a explodir. Tudo isso tem a ver com o processo histórico-espacial de conquista da região, bem como, suas riquezas naturais, em especial petróleo e água, localização (rota de passagem entre Europa, Ásia e África) e a importância religiosa, berço das principais religiões monoteístas do globo, judaísmo, cristianismo e islamismo.
         O conflito árabe-israelense ocorre pela disputa do território da Palestina, terra que pertence historicamente a Judeus e palestinos, povos irmãos, devido possuírem genes semelhantes, ou seja, ancestrais comuns, descendentes do patriarca Abraão, conforme relato bíblico e estudos científicos da Universidade de Nova Iorque e Tucson (Arizona-EUA). Os judeus foram os primeiros a habitarem a região, posteriormente, os palestinos. Com a invasão da Palestina (antiga Judéia e Israel) por diversos impérios (persas, macedônios, babilônios, romanos e otomanos) milhares de judeus migraram (diáspora judaica), principalmente, para Europa. Jerusalém, que para os judeus é indivisível, é a cidade sagrada para três grandes religiões, conforme já citado.
         Em 1947, após uma resolução da ONU, influenciada pelos Estados Unidos (início da Guerra Fria), a Palestina é dividida em dois Estados, o de Israel e o Árabe da Palestina, devido à pressão, também, dos judeus, por meio do Sionismo (movimento de retorno a terra prometida), somado ao holocausto (extermínio) dos judeus em campos de concentração nazista na II Guerra mundial (1939-1945). Essa divisão não foi aceita pelos árabes, que nem se quer foram consultados, iniciando as guerras. Foram várias guerras (independência/1948, Suez/1956, Seis Dias/1967, Yon Kippur/1973, Libano/1982/2006 e Gaza 2008/9), a mais importante foi a Guerra dos Seis dias (1967), onde ocorreram as maiores anexações territoriais de Israel: península do Sinai e Faixa de Gaza do Egito, Cisjordânia e Jerusalém Oriental da Jordânia e as colinas de Golã da Síria.
Mapa das principais conquistas israelenses na Palestina em 1967.

         Depois de perder todas as guerras para os judeus (Israel 7X0 Árabes), os árabes mudam de estratégia e passam a adotar o terrorismo, ação violenta contra civis inocentes, surgindo vários grupos fundamentalistas como o Hezbollah, Hamas, Jihad, Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, além de promoverem os choques do petróleo (1973/79), aumentando o preço do barril de US$ 3,5 para US$ 35. Além da intifada (levante popular árabe nos territórios ocupados na guerra dos Seis Dias) em 1987/2000, que estimulou a ação dos homens-bombas, que morrem pela Jihad, a guerra santa.
Intifada (revolta das pedras), população revoltada com a permanência israelense nos territórios palestinos

         Pressionados pelo ocidente e oriente Israel se vê obrigada a dialogar um processo de paz com os árabes da OLP – Organização para Libertação da Palestina, liderada na época por Yasser Arafat, devolvendo o Sinai ao Egito em 1979, através do acordo de Camp David, e dos acordos de Oslo I e II, que devolveu a faixa de Gaza e parte da Cisjordânia aos palestinos, em 1993/95, dando o Nobel da Paz em 1994, a Arafat, Shimon Peres e Yitzhak Rabin pelos acordos de paz. Porém, os assassinatos de Anuar Sadat (presidente do Egito) pelo acordo de devolução do Sinai, e Rabin pelo acordo de devolução de Gaza e parte da Cisjordânia enterraram o processo de paz na região. Atualmente, os principais pontos da discórdia na região são: a devolução de Jerusalém Oriental, toda a Cisjordânia, e, consequentemente, a derrubada do “muro da vergonha” e as colinas de Golã, além dos 4 milhões de refugiados palestinos vivendo nas fronteiras de Israel, colônias judaicas em territórios palestinos, recursos hídricos (nascentes do rio Jordão e na Cisjordânia), fundamentalismo árabe e judeu, antagonismo político interno judeu (Partido Trabalhista X Likud/Kadima) e palestino (Hamas X Al Fatah). Para haver a paz na região os dois lados têm que cederem, Israel os territórios ocupados na guerra dos seis dias e os palestinos reconhecerem Israel com Estado na região.
Acordos de Oslo I e II, a paz na região depende do esforço dos líderes judeus e árabes , como fizeram Rabin e Arafat em 1993/95.

Muro da Vergonha, segregando os palestinos na Cisjordânia, a ONU não o reconhece.